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Será que “nós dois” ainda existe?

 

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Eu ando sentindo um vazio imenso dentro do meu coração, como se o amor que antes havia e que o preenchia totalmente fosse um lago que secou. E o vazio dói porque é viva a memória de que ali existia alguma coisa muito bonita e cheia de vontade de viver.

É tão estranho o que sinto hoje... Desde aquela última briga, que senti - algo dentro de mim se partiu. O cristal trincado que eu tanto tentei preservar, caiu no chão de vez e tudo que me resta é a dor triste de ver os pedacinhos espalhados e me deparar com a realidade da impossibilidade do conserto. Não dá mais, é o fim gritando aos meus ouvidos em cada caquinho que nem sonho em juntar. Deixo-os ali para o tempo e o vento levar.

Chega um tempo em que a tristeza cansa e vai se recolher lá no passado e de repente ela se transforma numa lembrança, vaga lembrança... E então a gente, com o coração desocupado, escolhe seguir o caminho mantendo a porta dele fechada ou não, talvez entreaberta. Acreditamos que fugir de um novo amor seja a melhor garantia para não sofrer. Melhor vazio e quieto do que cheio e enlouquecido.

Talvez se precise mesmo de algum momento de quietude, aquela fase de recuperação, de luto. Reorganizar as gavetas dentro do peito, tirar dali toda e qualquer poeira e redecorá-las, dar cores novas, o seu perfume predileto num chumaço de algodão e então fechá-las, mas não totalmente, é bom deixar uma fresta para que o ar se renove e a luz entre assim bem devagarzinho.

Eu ando mesmo sentindo esse vazio, mas é estranho... porque tem tanto espaço que me sinto cheia de mim.

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