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Mostrando postagens de setembro, 2009

Conheça-te

Nós amamos espelhos. São os outros ou somos nós? Quem sou eu se sou tão você E quem pode ser você assim tão eu? Te olho e me encontro nos seus recônditos, os defeitos que escondo se escracham em você, as qualidades que e mim exalto são as que você queria ter. E assim vamos nos assistindo, Nos assumindo em espanto e ira, Nos conhecendo os cantos escuros aos sustos, Nos permitindo uma invasão que nos assalta. Quanto mais sei de você mais me acho, Quanto mais sabe de mim mais te vê. Conheça-te a ti mesmo dentro de mim. Drika Gomes

Quem é essa???

Às vezes atrevo-me a  olhar no espelho e me assusto, uma interrogação enorme aparece diante dos meus olhos – Afinal quem é esta refletida aí na frente?  Tão diferente do que eu sabia ser, uma versão minha ao avesso e totalmente aversa ao que sempre fui e fiz. Como pode acontecer isso? Quem deu força a esse vento para que passasse por mim assim tão intenso que fosse capaz de virar-me pelo avesso? E agora o que faço com essa minha face que nunca antes tinha visto, nunca antes aprendi seus gostos e desgostos, seus modos, seu sofrer e seu prazer? Quem é esse outro eu que sou obrigada a encarar todos os dias 24 horas e que me apavora de tão desconhecido que é. Ninguém me ensinou a lidar com essa mulher, ninguém me disse o que fazer desses sentimentos todos que ela tem, com essas crises de choro, com esse amor gigante que tem para oferecer ao mundo. O que eu faço com tanto amor? Nunca soube amar direito, antes , amor era o que me pediam e como eu julgava não tê-lo, não me preocupava em caçá-

De tanto me sentir sem ti, me senti.

Um dia pensei que te necessitava, que me eras como ar, que na tua falta minha garganta secacaria e que meu coração iria petrificar. Um dia pensei que eras para mim, assim como o nectar era para o beija-flor e que sem tua vida na minha eu não me seria mais. Pensava, em tua ausência, divagando em amargor por um futuro negro e inóspito, um existir semi-morto, apenas um corpo, uma carcaça onde batia um coração cadáver. Um dia pensei que sem ti eu não era De tanto me sentir sem ti, me senti. Senti que mesmo que partisse, eu permaneceria. Minha vida sem a tua vida é uma outra vida que é só minha – Entendi que os caminhos podem mudar, ficamos perdidos e confusos, mas quando deixamos de nos guiar pelo mundo e paramos apenas um instante para despencar sem receios nas profundezas das nossas entranhas, uma luz se acende no peito e então não vemos, mas sentimos, que sempre houve bem ali entranhada na alma, uma estrada, a que nascemos para seguir, a que nos foi dada como destino. E dela na maioria

Dei pra sentir saudade…

De repente dei pra sentir saudade de uma coisa que quase não tive quase nem sobrou... Restos, pequenos, picados, que neles me agarro como se fossem rastros esquecidos de alguém, passos que podem me guiar para um lugar mais além. De repente dei pra sentir saudade. Parece até que foi minha aquela vida que li naquele livro, a história que deveria ter sido minha. Quem a roubou de mim? Aquela casa, aquele quarto, aquele amor, aquele jardim... Tudo como sonhei um dia, quando criança, ali sentada na balança sonhava com a minha vida assim, igualzinha do livro que eu li, pois é, claro que roubaram de mim! De repente dei pra sentir saudade, pois agora o tempo já passou. Não tive aquela casa, nem aquele quarto, muito menos aquele amor e tão pouco aquele jardim. Minha vida não é o que eu li. Sou outra personagem de uma outra obra qualquer, talvez num livro empoeirado numa estante, distante... Mas com certeza, uma história interessante, de uma mulher que sorriu, chorou, brigou, amou, perdeu, conqui

Enroscados

. . . Essa sua sombra que me atravessa a alma - Como pode saber  tanto de mim que nem sei quem sou? - E me transpassa, me adivinha e me persegue como se eu fosse sua própria continuação, sua extensão, algo preso que fica de fora, mas  que é como se fizesse parte do seu dentro. Eu entro. Me misturo nessa fusão de eu e você e sinto-me outra. Ainda sou a mesma. Você tem as duas. Me reconheces como se olhasse seu reflexo e eu te observo como se me enxergasse pelo avesso, o meu avesso mais escondido, camuflado, mas absolutamente vivo e latejante no meu peito. Você revela meus segredos que nem contei pra mim. Somos correnteza da mesma água, vendaval nascido do mesmo sopro. Nos misturamos sem perceber que é invasão. Mas é exaustivo ser eu-você. Quero apenas ser eu mesma pura e sólida, única e inteira e andar lado a lado com o seu eu sem mim. Drika Gomes

Coisas de feminilidadde

Adoro ser mulher, feminilidade à flor da pele, instintos de fêmea, intuição. Adoro brincar de me enfeitar, como se eu fosse minha própria boneca. Faço do meu rosto minha tela de pintura e do meu corpo, meu parque de diversões. Entre vestidos, saias, calças justas, blusas e decotes, batom, sombra, secador de cabelos e pranchas, pulseiras, brincos, colares, sandálias de salto e rasteirinhas; coisas de mulher? Não. Nem toda mulher é feminina. Coisas de feminilidade. Gosto de brincar com os cabelos, com os cachos, com as mechas, com as cores. Gosto de ver-me no espelho  com o caimento das roupas e como ser uma visão sedutora mostrando não mais que o suficiente. Feminilidade é mistério. Aprecio minhas curvas, gosto das partes mais carnudas, elas que me dão a forma. Gosto de ser macia, sentir o toque da seda e do cetim de minhas camisolas e calcinhas deslizando por minha pele. Gosto de tocar-me. Gosto da curva do meu pé, dos meus dedos longos das mãos, minhas unhas... Gosto de ser mulher, ma

Será que “nós dois” ainda existe?

  Eu ando sentindo um vazio imenso dentro do meu coração, como se o amor que antes havia e que o preenchia totalmente fosse um lago que secou. E o vazio dói porque é viva a memória de que ali existia alguma coisa muito bonita e cheia de vontade de viver. É tão estranho o que sinto hoje... Desde aquela última briga, que senti - algo dentro de mim se partiu. O cristal trincado que eu tanto tentei preservar, caiu no chão de vez e tudo que me resta é a dor triste de ver os pedacinhos espalhados e me deparar com a realidade da impossibilidade do conserto. Não dá mais, é o fim gritando aos meus ouvidos em cada caquinho que nem sonho em juntar. Deixo-os ali para o tempo e o vento levar. Chega um tempo em que a tristeza cansa e vai se recolher lá no passado e de repente ela se transforma numa lembrança, vaga lembrança... E então a gente, com o coração desocupado, escolhe seguir o caminho mantendo a porta dele fechada ou não, talvez entreaberta. Acreditamos que fugir de um novo amor seja a