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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Ressuscita-te!

É caótica a inércia de quem cala A garganta enjaulada grita sem ter voz Por dentro o eco explode - tiro de bala Silenciosa é a perda da alma Engolindo farpas com tanta calma... No meio de tudo um imenso orifício um vácuo de fúria ignorada rastejam pedaços enegrecidos, antes vibrantes e vivos! Tira a venda dos olhos! Assiste teus monstros no chão! Não tem piedade?  Estende a tua a mão! Ressuscita-te! Sai da escuridão!

Vênus

Sorva-me Viva-me ou coma-me! Vim para saciar-te a fome que te traz suspiros arrepios  e paixões. Vim para te causar comichões, então não me ignores! Te dou prazeres e sabores... Experimenta! Ás vezes ardo como pimenta, outras sou puro mel... Posso ser seu paraíso  ou sua doce punição. Vem e degusta da fruta da árvore da perdição que Eva ofertou a Adão.

Mercúrio

Vou entendendo a forma da coisa vejo surgindo algum significado do emaranhado escuro,  escondido,  abstrato... Vou decifrando o secreto simbolismo, me ajustando no esquema do esquadro, passeio nos códigos  e cifras  entre retas e traços. Vou construindo um universo ordenado onde nascem as figuras, letras e movimento. Sou a voz que ecoa versos, Sou as mãos que moldam o barro, Sou a luz do pensamento, Sou o volante do seu carro.

Quem resiste?

Quem resiste, quando insiste? O ponto precisa da reta A letra precisa da frase O poema, do poeta... Quem resiste? O gesto necessita da mão O vaso do artesão A flor, do seu botão... Quem resiste?

Grito

Solta a alma, solta... Ela quer mostrar que vive Põe pra fora as bolas de fogo Senão o fogo faz revide Grita! Mesmo que ninguém ouça. Grita! Pra não ficar louca.

Nirvana de Erotes

Pelas linhas das palavras  vejo as entrelinhas  apertadas e obscuras, pedem segredo... Cada toque lanceta o medo. Sou o sussurro da canção, uma voz rouca na escuridão, nosso doce enredo... Luas de paz nos esconderijos e vãos, entrando e saindo  entre pernas e mãos. Em desatino tomada, eis que num gesto forte me lança cega aos deuses, Nirvana de Erotes. Por lá deslizo num carpete felpudo, te tomo por dentro  frágil e desnudo. Ali não se adormece, somos filhos do vento, me encaixas em seus espaços, te dou lugar nos pensamentos.