Esse peito aqui está seco, não é o seco do leite que amamenta, é o seco do sentir que acalenta. Secou. Todo o líquido quente que jorrava agora encontrou a estiagem, época de seca e está rachando, mas não me dói. Antes doía quando cheio e farto. Ficou um oco, um vazio sem veias, sem conexões nervosas, nesse buraco nasce gelo, aos poucos e o congelar me acalma, me faz forte e dona de mim. Eu quente não me pertenço. Fria sou minha, sou razão, inteligência e domínio. Quente sou vulnerável. Drika Gomes
Palavras, poemas, sentimentos...