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Mostrando postagens de junho, 2010

Salva-vidas

  Às vezes é tão difícil… As lágrimas não escorrem dos olhos mas choram dentro desse silêncio. O mar que um dia nadei… hoje me afoga. Meu bote salva-vidas Será que distraída deixei passar?  

Além mar

  Eu quero a paz de viver em paz dentro de mim. Não bata na porta, aqui não tem mais espaço Está tudo apertado e cheio. Não me chame, me cansei… Não quero mais questionamentos que não são meus, Não quero mais pesos nas costas, bagagens inúteis, Não quero mais esse fel que escorre dos seus lábios. Tomei a chave e tranquei a porta, sentei em frente da janela vejo uma luz colorida além desse mar. Drika Gomes  

Deixe-me

Deixe-me partir assim como o vento que traz o mar, entra pela janela, envolve todos os cantos e sai… Deixe-me partir sem estrondos, sem grandes alardes, apenas esmaecer suavemente, morrer como quem nasce para outro mundo. Deixe-me partir assim como cheguei, de coração inteiro, com meus olhos brilhantes,  repletos de um reflexo de futuro. Deixe-me partir sem todos esses apegos, sem essas amarras e grades invisíveis que eu sempre enxergo tão bem. Deixe-me, apenas deixe-me porque só assim posso ficar. Drika Gomes

Alma de borboleta

Um lugar, um espaço, um grande pedaço. O prazer de voar, passo a passo. Um chão para pisar sem cansaço, Um momento único e a doce sensação de me dar um abraço. Drika Gomes E ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta. [Clarice Lispector]

Momentos

  Eu pedi aquele instante atravessado na garganta e quase sem medo vi que nada mais era tão simples, mas os sonhos têm essa coisa deslizante que lubrifica todas as ranhuras, rachaduras e alisa as farpas, são eles, os sonhos, que me permitem acordar. Drika Gomes

Fachada

Essa fachada de rocha, por dentro é areia movediça. Ninguém me disse o quanto a vida é capaz de doer e a despeito de tudo e tanto abrimos os olhos todas as manhãs porque a gente aprende que é melhor sentir dor do que deixar de existir. E quando sou tola, nada fere, ingenuamente me sinto viva, mas às vezes tranco a tola no baú dos sóbrios adultos e a consciência da vida tem lâminas afiadas, visto-me de pedras.

Sobre o amor

  Sempre achei que o amor fosse como uma linda rosa de cristal. Um objeto para ser admirado, protegido e guardado. De tão delicado ser algo que até sentimos medo de tocar, pois qualquer movimento mais brusco ou desastroso poderia destruí-lo, mas como poder desfrutar e viver um amor de maneira tão meticulosa? Controlando os gestos, o tomando na mão com tanto zelo ou então apenas o observando de longe como se fosse uma estrela? Para amar precisamos ser naturais, é preciso que tenhamos com o amor uma intimidade tal como a menina tem com sua boneca preferida e o menino com sua bola de futebol. Amar é ter proximidade, é pegar, mexer, jogar pro alto, mudar de lugar, guardar no bolso, esconder no armário, levar para passear. É só assim que a gente ama, às vezes a boneca quebra um braço ou uma perna de tanto que brincamos com ela, a roupinha se rasga, a boneca se suja e a menina troca a roupinha dela, coloca o braço no lugar e no dia seguinte vai brincar com ela denovo. A bola fica arranh

Coração balão

      Vem felicidade, vem aqui me buscar… Aprendi a não te chamar demais, apenas esperar porque sei que você só aparece quando meu coração apertadinho e trêmulo se encher feito bexiga que criança sapeca assopra e assopra, depois solta de jeito desengonçado só para ver ela voar. Drika Gomes

O véu que não se rasga

  Construí tantas muralhas para me esconder dos seus abismos, todas  ruíram. Hoje apenas vivo envolta em um véu que não se rasga. Drika Gomes

  Ando cansada de tantos nãos   e de tanto caminhar numa estrada onde acham que meus passos são tortos.