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Mostrando postagens de novembro, 2009

How could I ?

  E você me veio com um jeito tão meigo de quem sabe o que quer, impossível não ver-te em mim.  Ofertou-me sem medidas o presente mais precioso que alguém pode receber – E eu, como poderei negá-lo? Drika Gomes  

Quero…

    Eu quero um sabor de fruta madura e que me escorra pela boca o sumo. E dái? Não me importo com a lambança, adoro brincar de ser criança. Eu quero rolar pela areia da praia, fazer de mim uma mulher à milanesa, com o cheiro do sal, na temperatura do sol e correr fugindo do calor que queima os pés. Me jogar nas ondas e fazer do azul do mar, meu céu onde não preciso de asas. Eu quero uns mil quilos de sorrisos para soltar nos ares como fogos de artifício e que deles multipliquem-se balões coloridos que flutuam enfeitando as nuvens.   Eu quero forrar esse piso de vidro com pétalas das rosas do nosso jardim, pisando descalça, pois minha leveza é como a dos pássaros que ganham o infinito. Eu quero caminhar soltando o coração por onde eu passe e quando em algum momento quiser olhar para trás, possa ver um rastro vermelho com perfume de verdade.   Drika Gomes

Por causa de você perdi o tom…

  O que é que você tem? O que é que você tem? Aqui dentro tudo misturado, a ventania deu as mãos à todas essas interrogações e me levam junto. Sinto-me nesse redemoinho tentando me agarrar a alguma coisa que me dê o chão, mas ao mesmo tempo, é tão bom esse frio na barriga… Drika Gomes

Cheiro de paraíso

Aquele sussurro repentino amoleceu -me a casca. Foi despindo-me lentamente porque lá  já era quente e não mais cabia tanto  de mim do lado de dentro. Rasguei-me para florir. O botão precisa das pétalas para que a rosa exale …  A flor se encanta ao ser tocada docemente e se emociona quando nela reflete-se um olhar de puro amor. Será que ainda repouso a cabeça nessa almofada de plumas? Alguém me fez dormir e sonho que estou acordada, ou será que acordei e penso estar sonhando? Há aqui um cheiro tão suave de paraíso… Ouço harpas ecoando no coração e eu tenho tanto medo de abrir os olhos. Drika Gomes  

Depois da curva…

Tenho confusões… Invasões, algo de indescritível me faz arrepiar, algo que desconheço. É uma curva sinuosa de bela paisagem e não sei o que existe ali adiante, mas certamente só pode ser lindo… Fica o pressentimento e o fogo que acende nesse vento com perfume de mulher, fica essa imagem de delicadeza, sensualidade e sedução. E o que vem depois da curva? Por enquanto é sonho… Drika Gomes

Ao sabor do vento…

Enquanto o vento soprar suave, me deixo ser folha… Já fiquei petrificada por tempo demais. Amo como quem salta de um precipício sorrindo… Uns dizem ser loucura, ah… mas só os loucos fazem o que mais ninguém faz. Drika Gomes “A vida exige leveza, assim como a viagem. A estrada fica mais bonita quando podemos olhá-la sem o peso de malas nas mãos.” Pe. Fábio de Melo

Vem brincar comigo?

    A menina cresceu, virou mulher, não teve escolha. Destrambelhada, aprendeu o ritmo, os pés descalços usam salto alto, a boca lambuzada de doce agora tem batom, as bochechas rosadas ganharam pó de arroz. Ganhou muita experiência, perdeu muito da inocência. Seus vestidos rodados cor-de-rosa deram lugar aos tubinhos pretos. Aprendeu que os meninos bobos de antes continuam tão bobos quanto e que as meninas lindas e malvadas continuam malvadas, mas feias. Aprendeu que quando se é criança tudo parece maior e mágico, mas quando se torna adulto a magia só desaparece se nos tornamos pequenos.   Aprendeu quando criança a brincar de ser mulher   e hoje, mulher feita, brinca de ser menina.   Drika Gomes “Sou uma mulher madura, que às vezes brinca de balanço. Sou uma criança insegura, que às vezes anda de salto alto.” Martha Medeiros

Apenas um regaço…

Travei tantas guerras, cheguei do campo de batalha faz pouco tempo. Guardei a pesada armadura e minha espada mandei polir. Vim à procura de regaço, aconchego, de um abraço que me acolha e me diga que é hora de recostar minha cabeça numa almofada de plumas… E por favor, não me acordem. Sei que ontem já é tempo de ir… Sinto falta de um abraço onde se encaixe meu coração encolhido, onde ele encontre espaço para crescer sem medo de ser ferido. Sinto falta daquilo que tornou-se ausência, os recantos frios estão cristalizando, esse gelo me encasula. Drika Gomes

O que é mais difícil? Libertar ou libertar-se?

  Mantendo os olhos e os punhos cerrados prendeu firme entre os dedos como se pudesse reter um pedaço de sonho,  sentia a dor  que rasgava-lhe a pele, mas ela não sabia o que sangrava… sempre teve o coração na mão. Drika Gomes ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ E assim, já cansada de unir forças construindo grades, apontando espadas e vendo seu próprio sangue derramar-se em vão… ¨ Libertou-se das amarras que a condenavam carcereira do inaprisionável. . . . Estou me deixando ir… Que o vento sopre e leve embora o que puder ser levado, se nada sobrar é porque nunca houve aqui o que realmente fizesse algum sentido. Drika Gomes

O delicado de uma flor…

  Nas curvas e saliências, duas formas a se encaixar como serpentes enroscadas num mesmo laço de prazer. Se adivinham em toques onde reconhecem a própria essência, mulher. Drika Gomes   Sim é devagar, nada rápido, nada bruto e mesmo o bruto de uma mulher é o delicado de uma flor… por saber aonde deve tocar, quando deve parar… e como deve fazer a cada tripidação do corpo da outra… Se conhece o corpo, os cantos, as curvas… Com a ponta da lingua não com a ponta do dedo… Anne

E a tempestade levou…

É maravilhosa a sensação de reencontro, principalmente quando se trata de um reencontro consigo mesma, com aquela sua parte antes trancafiada, amargurada e esquecida. É um resgate da sua essência e isso não tem preço. A liberdade de dentro nem se compara à de fora. Ser você mesma, sem amarras, sem medos, sem mistérios, sem julgamentos e saber que é assim que Deus te fez e assim deve permanecer porque o único meio de ser feliz é sendo COMPLETA. Pequenos pedaços espatifados, cantos trincados, até o chão se partia, eu nem sabia que ruía… Tremia meu alicerce, que gemia. Drika Gomes “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.” Clarice Lispector ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Benditas tempestades que levam na enxurrada os rebocos gastos e as telhas mal pregadas, nos fazem enxergar o que verdadeira

Palágrimas…

Me sinto tão cheia, aqui dentro tempestades e trovões, que preciso escorregar algumas nuvens do peito para fazer chover nos meus dedos. Drika Gomes São estas minhas palágrimas, O que os meus olhos não derramam, as minhas mãos choram. Drika Gomes ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨   Travei batalhas nesse campo de areia movediça, não me importa quem saiu vencedor, depois de tanta dor minha alma espreguiça. Drika Gomes   Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada. (muito cansada) Clarice Lispector

A última folha…

  É chegada uma hora em que as estações terminam. O outono veio com seus ventos e foi derrubando folha a folha. O chão ficou repleto de suas quedas. Folhas secas. Mortas, mas prontas para uma nova etapa de vida. Caiu a última folha dessa árvore chamada dor. Deixei-a cair levemente levando consigo todas as expectativas frustradas, todas as longas esperas, todas as decepções somatizadas. Os galhos estão secos. Acabou. Foi-se a última lágrima doída, espessa, ferida, aquela exprimida até o limite do último sal. Rolou. Com ela deixei ir todos as declarações nunca ditas, todos os afetos nunca feitos, todos os presentes não recebidos, todos os eu te amo jamais ouvidos, todos os telefonemas esperados em vão, todas as palavras bonitas caladas. Restou ainda líquida e corrente, a seiva, mantendo a vida fluída da raíz aos galhos. Restou num suspiro o acréscimo de estima por mim mesma, por saber que depois de tudo ainda posso continuar e seguir em frente, que virão novas folhas e novas est

Essas coisas

Oi, vem, entra… Sei que deixei a porta muito tempo trancada, é que estava um tempo muito estranho lá fora, fiquei com medo de todas aquelas nuvens escuras e minha pele estava tão sensível que parecia que os ventos me atravessavam a alma, sentia tanta dor que me cansei de chorar. Senta aí, desculpa a desordem e todas essas coisas amontodas, eu as ganhei, apareceram no meu caminho e eu sem saber o que fazer delas, fui juntando. Olha só como a casa está repleta de quinquilharias! Me tranquei aqui para me preservar e de repente começaram a surgir, através das paredes, essas coisas. Quer beber algo? A verdade é que a única bebida que tenho aqui é esse líquido verde, mata a sede, mas é amargo. Não tenho nada doce e nem mesmo insípido para oferecer. Por favor, não toque em nada, tudo aqui é muito frágil. Ontem mesmo destruí uma janela ao tentar abri-la  e a dor que eu senti foi intensa. Não entendi como pude sentir isso, não consigo entender essas coisas.

Don’t worry, be happy…

Amo caminhar na praia, sentir a areia tocando meus pés, sentir o cheiro do mar trazido pela brisa fresca. Gosto mais de olhar o mar do que entrar nele. Tenho um profundo respeito pelas águas e mergulhar nelas é para mim como um ritual de purificação e relaxamento. Em dias repletos de turistas, como neste feriado, não sinto o menor desejo de entrar no mar, é um amontoado de gente pulando, bebendo e fazendo farra… Melhor coisa são os dias neutros, onde a praia parece que é só minha, deserta, instantes assim sinto que o mar me convida para uma visita e sou recebida em seus braços mansos que acariciam minha pele e me renovam. Deixe-me ir Preciso andar Vou por aí a procurar Rir prá não chorar Se alguém por mim perguntar Diga que eu só vou voltar Depois que me encontrar... Cartola Gosto de caminhar sozinha, apenas eu e meus pensamentos. Em cada passo organizo minhas idéias e minhas confusões, umas engaveto, outras esmiuço, outras jogo fora. Mas em dias como o de hoje, prefiro nem sair de cas