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Vem brincar comigo?

 

 

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A menina cresceu, virou mulher,
não teve escolha.



Destrambelhada, aprendeu o ritmo,
os pés descalços usam salto alto, a boca lambuzada de doce agora tem batom, as bochechas rosadas ganharam pó de arroz.
Ganhou muita experiência, perdeu muito da inocência.

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Seus vestidos rodados cor-de-rosa deram lugar aos tubinhos pretos.
Aprendeu que os meninos bobos de antes continuam tão bobos quanto e que as meninas lindas e malvadas continuam malvadas,
mas feias.

Aprendeu que quando se é criança tudo parece maior e mágico, mas quando se torna adulto a magia só desaparece
se nos tornamos pequenos.

 

Aprendeu quando criança a brincar de ser mulher

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e hoje, mulher feita, brinca de ser menina.

 Drika Gomes

“Sou uma mulher madura, que às vezes brinca de balanço.
Sou uma criança insegura, que às vezes anda de salto alto.”

Martha Medeiros

Comentários

  1. Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona o fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, os dias passam rápido, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, ninguém sabe ao certo quem descobriu a cor. (Têm coisas que não precisam ser explicadas. Pelo menos para mim). Tenho um coração maior do que eu, nunca sei a minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada).Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de Jornal Nacional, de lagartixa branca, de maionese vencida, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos dormem e acordam, nunca sei a hora certa. Mas uma coisa eu digo: eu não paro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre questiono se você está feliz, se eu estou bonita, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim. Não gosto de meias-palavras, de gente morna, nem de amar em silêncio. Aprendi que palavra é igual oração: tem que ser inteira, senão perde a força. E força não há de faltar porque - aqui dentro – eu carrego o meu mundo. Sou menina levada, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Escrevo escondido, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Quer me entender? Não precisa. Quer me fazer feliz? Me dê um chocolate, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Todo dia é dia de ser criança e criança não liga pro preço, pro laço de fita e cartão com relevo. Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa.
    (Fernanda Mello)

    Beijo abraços e surpresas doces e tudo mais o que se queira...sonhos e amores...tudo de melhor a ti minha menina.

    lindo post , q Deus te conserve assim..sempre menina...sempre mulher...

    Bjinhos muitos

    Erika

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