Pular para o conteúdo principal

Apenas um regaço…

Travei tantas guerras, cheguei do campo de batalha faz pouco tempo. Guardei a pesada armadura e minha espada mandei polir. Vim à procura de regaço, aconchego, de um abraço que me acolha e me diga que é hora de recostar minha cabeça numa almofada de plumas…

557972_1

E por favor, não me acordem. Sei que ontem já é tempo de ir…

Sinto falta de um abraço
onde se encaixe meu coração encolhido,
onde ele encontre espaço para crescer
sem medo de ser ferido.

Sinto falta daquilo que tornou-se ausência,
os recantos frios estão cristalizando,
esse gelo me encasula.

Drika Gomes

Comentários

  1. ... e quem te lê tem que fechar os olhos e sentir seu aroma..
    E tem que abrir o coração, você está nas suas entrelinhas..

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Nas teias

Ainda envolta nas teias do meu pensamento… Esse emaranhado tão bem traçado que eu sei, quer me levar para algum lugar, mostrar alguma direção. É mistério. Eu espero. Sinto. Ouço. Duvido. Chove quase sempre, é noite. Meu horizonte vazio, somente enxergo essas teias e tento encontrar a lógica. Não quero o meio de nada, procuro as extremidades. O centro me puxa como um imã  atrai  metal. Fujo. Esforço-me. Ainda não cansei. Estar no meio é ser alvo fácil. É morte. Sou a vida tentando escapar da armadilha. Drika Gomes

A casa de vidro

Ela não permitia invasões por isso ergueu um muro sólido e com cercas elétricas. A impenetrabilidade era sua maior arma. - Aqui nada entra sem permissão e só sai o que eu desejar. Na vizinhança haviam propriedades de muros baixos, outras apenas protegidas por uma frágil e ornamental cerca de flores, haviam também as que eram totalmente abertas, apenas um gramado na frente da porta principal, como se fosse um tapete de boas vindas para qualquer pessoa sentir-se convidada a entrar. Ela sentia-se indignada com tamanha falta de precaução e ingenuidade daquelas pessoas, em sua concepção era um erro fatal deixar-se vulnerável, era como ser ostra fora da concha, guerreiro sem armadura. Quanta burrice! Observava de sua janela, lá no alto, onde tudo podia assistir, pessoas entrando e saindo das casas vizinhas, uns entravam alegres e saiam gargalhando, outros entravam tristes e saiam sorrindo, as mesmas pessoas e pessoas estranhas. Tanta gente… Ela ali no seu mundo, sozinha, apreciava s...

Quem resiste?

Quem resiste, quando insiste? O ponto precisa da reta A letra precisa da frase O poema, do poeta... Quem resiste? O gesto necessita da mão O vaso do artesão A flor, do seu botão... Quem resiste?