Pular para o conteúdo principal

Quero…

 

 

Eu quero um sabor de fruta madura e que me escorra pela boca o sumo. E dái? Não me importo com a lambança, adoro brincar de ser criança.

Eu quero rolar pela areia da praia, fazer de mim uma mulher à milanesa, com o cheiro do sal, na temperatura do sol e correr fugindo do calor que queima os pés. Me jogar nas ondas e fazer do azul do mar, meu céu onde não preciso de asas.

Eu quero uns mil quilos de sorrisos para soltar nos ares como fogos de artifício e que deles multipliquem-se balões coloridos que flutuam enfeitando as nuvens.

 

Eu quero forrar esse piso de vidro com pétalas das rosas do nosso jardim, pisando descalça, pois minha leveza é como a dos pássaros que ganham o infinito.

Eu quero caminhar soltando o coração por onde eu passe e quando em algum momento quiser olhar para trás, possa ver um rastro vermelho com perfume de verdade.

 

Drika Gomes

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nas teias

Ainda envolta nas teias do meu pensamento… Esse emaranhado tão bem traçado que eu sei, quer me levar para algum lugar, mostrar alguma direção. É mistério. Eu espero. Sinto. Ouço. Duvido. Chove quase sempre, é noite. Meu horizonte vazio, somente enxergo essas teias e tento encontrar a lógica. Não quero o meio de nada, procuro as extremidades. O centro me puxa como um imã  atrai  metal. Fujo. Esforço-me. Ainda não cansei. Estar no meio é ser alvo fácil. É morte. Sou a vida tentando escapar da armadilha. Drika Gomes

A casa de vidro

Ela não permitia invasões por isso ergueu um muro sólido e com cercas elétricas. A impenetrabilidade era sua maior arma. - Aqui nada entra sem permissão e só sai o que eu desejar. Na vizinhança haviam propriedades de muros baixos, outras apenas protegidas por uma frágil e ornamental cerca de flores, haviam também as que eram totalmente abertas, apenas um gramado na frente da porta principal, como se fosse um tapete de boas vindas para qualquer pessoa sentir-se convidada a entrar. Ela sentia-se indignada com tamanha falta de precaução e ingenuidade daquelas pessoas, em sua concepção era um erro fatal deixar-se vulnerável, era como ser ostra fora da concha, guerreiro sem armadura. Quanta burrice! Observava de sua janela, lá no alto, onde tudo podia assistir, pessoas entrando e saindo das casas vizinhas, uns entravam alegres e saiam gargalhando, outros entravam tristes e saiam sorrindo, as mesmas pessoas e pessoas estranhas. Tanta gente… Ela ali no seu mundo, sozinha, apreciava s...

Quem resiste?

Quem resiste, quando insiste? O ponto precisa da reta A letra precisa da frase O poema, do poeta... Quem resiste? O gesto necessita da mão O vaso do artesão A flor, do seu botão... Quem resiste?