O que passou, passou, não importa. Ficou do outro lado da porta pra nunca mais... Será? Esse é apenas um trecho de uma letra de música e eu me pergunto até que ponto realmente o passado deixa de importar? Será que conseguimos por vontade própria ignorar acontecimentos ruins? Sim, porque dos bons não tem necessidade de esquecer. Quando será que acontece aquele momento em que não se sente mais dor ao cutucarem a velha ferida? Quando as recordações deixam de embrulhar o estômago? Cada vez mais me convenço de que não adianta apenas uma boa dose de vontade, mas é preciso contar com aquele velho sábio chamado tempo.
Até que ponto vale a pena entrar de mansinho naquele cômodo cheio de lembranças e remexer no baú que ainda nem teve tempo de ficar empoeirado? Por que a gente pensa que ainda pode ser útil aquilo que abandonamos, deixamos para trás? Apego? É... acho que pode ser. Será que vale a pena reler um livro do qual apenas as primeiras páginas foram realmente interessantes e todo o resto foi confuso e sem sentido? Para quê reler? Qual a expectativa? Não seria teimosia? Não seria mais inteligente encontrar um livro novo e conhecer uma nova história que realmente tocasse o coração?
Por que será que é tão complicada essa coisa de abrir uma porta à frente, fechando a de trás? E sempre fica uma fresta, uma brecha...
As brechas me incomodam... Por que será?
Drika Gomes
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