Veio com passos tão tranquilos pisando nos meus espaços, quase nem deu para sentir que chegava perto, bem perto... Eu que já sabia o quanto inútil era construir muros, me acostumei a deixar sempre entreabertas as portas. Não sentia necessidade de as trancar, pois novos ares gostavam de atravessar as frestas, mas apenas os aromas permitia passar.
Silencioso, cauteloso... pensou ser meu chão feito de vidro? Claro que sim, afinal tantas vezes esquivei-me de suas visitas. Não temas, tudo era um medo cinzento de te ver pintando minhas paredes da cor que tanto me assustou, mas hoje sei, a cor nunca foi o problema, o desastre só nasce das mãos de quem pinta.
Drika Gomes
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