Sim, eu já comi o pão que o diabo amassou, pisou em cima, cuspiu ... Fazer o quê? E quem não comeu nem adianta se achar o bom, porque fique certo - Comerás! Hei, espera... não estou rogando praga, não! Oras, isso faz parte de quem está vivo, afinal quem não sofre? Até mesmo quem foge da vida se escondendo num quartinho escuro, assistindo o mundo pela janela, sofre; de tédio e inanição.
Eu já fiquei de cara inchada parecendo um rinoceronte, cheia de olheiras de tanto chorar, já senti meu coração se espatifar pelo chão de um jeito que ia comprar um caixão para enterrar ele, já me decepcionei com pessoas que nunca me enganaram e acreditei em muita gente que só mentia pra mim. Já caí muitas vezes e sei que continuarei caindo, a diferença é que agora eu aprendi a cair dando cambalhotas, assim já me levanto rindo do jeito estranho que comecei a cair.
A dor existe e simplesmente não dá pra tirar o telefone do gancho e desligar a campainha pra ela não te incomodar. Ela chega, te pega de jeito, te bota de quatro e te dá um tremendo chute na bunda quando você menos esperar. Se você quer estar vivo, vai sofrer, sim! Algumas lágrimas precisam molhar esses olhos secos de medo e algum "ai" precisa se soltar desse nó na garganta, senão você se torna uma coisa opaca e imóvel, qualquer dia você morre e nem vai saber se está morto porque se esqueceu de como é viver.
Medo a gente sente, também não dá pra fugir dele. Não dá pra fugir e esperto é mesmo quem abre as portas porque a dor nunca vem sozinha, geralmente ela vem com a expectativa que vive grudada aos sonhos e ao lado vem a esperança que é amiga da alegria de mãos dadas com seu belo amante, o prazer. Eu deixo as portas e as janelas abertas e recebo toda essa cambada sem me preocupar porque cada um tem seu tempo e momento pra se manifestar, se exibir e todos completam a minha jornada nessa vida.
Drika Gomes
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