Pular para o conteúdo principal

Roda, roda…!

 

image

... E o mundo dá tantas voltas, a imensa roda gigante da vida não para e tantas vezes lá do alto bem no topo da roda não se sente uma vontade quase que irresistível de se jogar  e criar asas imaginárias, acreditar que sabe voar...

 

Então você respira fundo e pensa que é apenas gente e o topo da roda não é lugar pra sempre, ela vai descer e quando perto do chão você puder, enfim, pular fora e escolher o chão, te dá um treco estranho no estômago e vem aquela vontade de experimentar mais uma subidinha no topo, mesmo sabendo que até a roda chegar lá você vai sentir enjôo e vertigem, mas vai e outra vez quer pular lá de cima e desce... Viciou-se. Até que um dia essa coisa de subir, descer, enjoar e querer pular cansa. Aí então você escolhe viver a sua vida num outro brinquedo, quem sabe uma montanha-russa, quem sabe um carrossel.

 

Drka Gomes

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nas teias

Ainda envolta nas teias do meu pensamento… Esse emaranhado tão bem traçado que eu sei, quer me levar para algum lugar, mostrar alguma direção. É mistério. Eu espero. Sinto. Ouço. Duvido. Chove quase sempre, é noite. Meu horizonte vazio, somente enxergo essas teias e tento encontrar a lógica. Não quero o meio de nada, procuro as extremidades. O centro me puxa como um imã  atrai  metal. Fujo. Esforço-me. Ainda não cansei. Estar no meio é ser alvo fácil. É morte. Sou a vida tentando escapar da armadilha. Drika Gomes

A casa de vidro

Ela não permitia invasões por isso ergueu um muro sólido e com cercas elétricas. A impenetrabilidade era sua maior arma. - Aqui nada entra sem permissão e só sai o que eu desejar. Na vizinhança haviam propriedades de muros baixos, outras apenas protegidas por uma frágil e ornamental cerca de flores, haviam também as que eram totalmente abertas, apenas um gramado na frente da porta principal, como se fosse um tapete de boas vindas para qualquer pessoa sentir-se convidada a entrar. Ela sentia-se indignada com tamanha falta de precaução e ingenuidade daquelas pessoas, em sua concepção era um erro fatal deixar-se vulnerável, era como ser ostra fora da concha, guerreiro sem armadura. Quanta burrice! Observava de sua janela, lá no alto, onde tudo podia assistir, pessoas entrando e saindo das casas vizinhas, uns entravam alegres e saiam gargalhando, outros entravam tristes e saiam sorrindo, as mesmas pessoas e pessoas estranhas. Tanta gente… Ela ali no seu mundo, sozinha, apreciava s...

Quem resiste?

Quem resiste, quando insiste? O ponto precisa da reta A letra precisa da frase O poema, do poeta... Quem resiste? O gesto necessita da mão O vaso do artesão A flor, do seu botão... Quem resiste?